segunda-feira, 29 de março de 2010

sexta-feira, 26 de março de 2010

Como todas as canções são de intervenção

Não existe neutralidade na canção. Tenho pensado muito nisso por causa dessa treta de nos chamarem cantores de intervenção. Chamarem-nos cantores de intervenção é uma forma de desresponsabilizar os outros que não o são. Parece que, normal é uma pessoa não intervir, não se meter nessas coisas. Quando qualquer ocupação do espaço social – em cima dum palco, num disco, num tempo de antena [...] – é relevante do ponto de vista da nossa relação com a comunidade. Portando, não há neutralidade nisso. Se eu ficar a cantar baboseiras, parvoíces, ou coisas completamente anódinas que contribuam para estupidificar as pessoas, etc, eu estou a intervir, sou activo na mesma, estou a dizer: “É pá, ficas quietinho, não faças nada. Tu és um escravo. Não levantes a garimpa, continua isso, nasces, morres, e continua o processo. Não faças nada.” Outros, seja a falar de amor, seja a falar das relações sociais, seja a falar de poesia – das grandes coisas da alma humana -, exprimem-se, entregam-se, questionam-se. Isso, quando passam para si e para os outros[tem um efeito].

José Mário Branco no Programa Bairro Alto da RTP 2. Pode ser visto aqui

domingo, 21 de março de 2010

Miserere mei


Miserere Mei Deus, Allegri - Kings College Chapel Choir

Com este post termino uma série de quatro pescadas musicais do melhor que se fez na música coral. Os três primeiros cantei-os pelos coros onde passei. Este último é absolutamente fenomenal. Allegri, um compositor ainda pouco conhecido, esmerou-se e fez uma verdadeira obra prima, plena de contemplação e de harmonia.
Alguns de vós devem estar a perguntar: mas que raio, porque é que este ateu ferrenho, acérrimo, esquerdalho, quase jacobinista, costista (de Afonso Costa, pois claro) postou aqui música religiosa e venera-a como se fosse um beato católico, rato de sacristia de laudas e primas dominicais?
Meus amigos, a música é o que importa... não sejam cataráticos dos ouvidos. Não importa de onde veio, que função teve e que conceitos terá ou trará... Desde o canto gregoriano até Wagner, dos hinos da Revolução Russa (absolutamente fabulosos, se forem cantados pelo coro do exército vermelho, pois claro) à música electro-acústica, das canções de trabalho e dos romances do nosso povo aos famosos cordofones do Mali. O que importa é a qualidade musical e a qualidade de quem a executa.

Palestrina



Sicut Cervus, Palestrina

Caligaverunt oculi mei



Tomás Luís de Victória, Caligaverunt oculi mei

Do rei músico. D. João IV (o restaurador)



D. João IV - Crux Fidelis

Ary dos Santos em sutaque especial


Retalhos, Luanda Cozetti.

sexta-feira, 19 de março de 2010

Um pouco de Bach



Aus Liebe Will Mein Heiland Sterben, Paixão Segundo São Mateus (J. S. Bach)Cantado de modo sublime por Emma Kirkby.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Ó que estriga tenho na roca



Né Ladeiras - Ó que estriga tenho na roca

quarta-feira, 17 de março de 2010

História dos Povos em Documentário (7)


Palestine is still the Issue, John Pilger

Será que também existe terrorismo de Estado ? Mais uma prova... Um Sionismo que ganhou os tiques de outros... sim, de outros que fizeram muito mal aos judeus. Que mundo é este!!!
Antes de me rotularem com o epíteto de anti-semita, sejamos claros e não confundamos as coisas. Não tenho nada contra o judaísmo ou qualquer religião. Tenho, sim, um asco imenso pelo Estado iraelita e por tudo o que fizeram ao povo da Palestina.

terça-feira, 16 de março de 2010

segunda-feira, 15 de março de 2010

Bolaño 2666


Roberto Bolaño não é um mau escritor. Estou a acabar o livro epitetado por muitos como a sua obra-prima. Na minha singela opinião, o romance não é mau e tem passagens de alto valor literário, principalmente na última parte. O que me deixa com urticária foi a vaga bolañosa das livrarias e da editora, que fizeram passar a mensagem que estávamos perante um colosso literário e seríamos burros se não lêssemos este livro. Do escritor em si, a comichão continua. Não gosto do exibicionismo transmitido na sua obra, do género, "olha-o-quão-inteligente-e-culto-eu-sou-que-consigo-relacionar-isto-com-aquilo-com-meia-dúzia-de-referências-a-escritores-conhecidos-pelo-meio", ou então "olha-a-volta-que-eu-dou-para-apresentar-este-facto-sou-mesmo-bom-não-sou?".

Um livro decente, mas já li melhor... até escrito por autores portugueses.

História dos Povos em Documentário (6)


Stealing a Nation, John Pilger

Quando nos roubam a terra, a identidade e a vida...o povo das ilhas de Diego Garcia.

domingo, 14 de março de 2010

Monstro


pormenor de uma das varandas do Palácio da Pena (Sintra)

sábado, 13 de março de 2010

História dos Povos em Documentário (5)



Why we fight? (2005)

Caminhos que um império tece na sua curva descendente. Roma também caiu...

sexta-feira, 12 de março de 2010

História dos Povos em Documentário (4)


Cambodia, The betrayal, por John Pilger.

Quando a avestruz se manteve com a cabeça enterrada e fingiu que não viu nada.

História dos Povos em Documentário (3)



Cambodia (Year Zero), do grande (mas mesmo grande) jornalista John Pilger.


Um genocídio que durante muitos anos ninguém quis ver...

Das ilhas, as mais belas e livres



Da Região Autónoma da Madeira (RAM) fazem parte as ilhas da Madeira e do Porto Santo, as 3 ilhas Desertas (Ilhéu Chão, Deserta Grande e o Bugio) e as 3 ilhas Selvagens (Selvagem Grande, Selvagem Pequena, Ilhéu de Fora). Já tive oportunidade de visitar as Desertas (uma visita verdadeiramente inesquecível) mas nunca fui às Selvagens, que se encontram mais perto das Canárias do que das Desertas ou da ilha da Madeira. Este facto fez com que os espanhóis, durante anos, tentassem deitar a mão a estas ilhas para assim aumentarem o seu "espaço vital" no Atlântico. Enganaram-se redondamente. Não sabem com quem se estão a meter. Neste caso não se metem com os portugueses do continente (desses já brincaram várias vezes), mas sim com os portugueses ilhéus e com estes não é fácil brincar.
Espero que um dia eu possa conhecer este último reduto (um subarquipélago) do meu arquipélago.
Já agora visitem o fantástico blog Ilhas Selvagens.