domingo, 1 de fevereiro de 2009

Já escrevi isto. Quando achava piada à piada que tinha. Agora tou velho e rabujento, mas muito mais sábio. Gosto mais da vida assim...

Morder como quem beija… é só “cumbíbios”


Cumbíbio: substantivo deverbal masculino. Do latim accumbo, es, ere,: deitar-se, acomodar-se. Cumbíbio significa, pois, fazer-se à febra para ter hipótese de se deitar numa determinada noite.
É axioma, digo mesmo lugar comum, falar do curso de História e não referir o que se fazia quando a malta tava com fome... não uma fome de pão, não... não uma sede de água... eram outras as razões que faziam erguer a alma de um estudante comum e tornar-se errante dirigindo-se a um "cumbíbio", qual maná que alimenta as pobres almas sedentas... um povo que caminha, e juntos caminhando queremos alcançar...etc.. etc.. etc... [daqui a pouco adormeço a escrever isto]. Já perceberam a minha intenção. Quero falar dos convívios que aconteceram um pouco por toda a parte nesta Lusa-Atenas [outro axioma nojento] onde houvesse um pasquim com cerveja, dancing space e, não raras as vezes, um pilar [depois perceberão o porquê deste macambúzio instrumento de persuasão e de, quiçá, sedução]. Era tão simples. Tão vonito... [volta Vítor estás perdoado!]. Pelas paredes da faculdade (local onde é quase impossível não chumbar à cadeira travar o boato) eram colados vários papéis, vulgo cartazes (feitos, no meu tempo, em word, hoje em dia é tudo XPTO [não pensem que isto quer dizer Cristo] maçonicamente elaborados com todo o amor e carinho em programas ditos mais potentes), onde se assinalava a data e o local para tal sessão, qual corrente espiritual de libertação das tentações da carne [esta merda quase parece um post da IURD!]!! Em pleno bar da faculdade ou em frente ao Paulo Quintela [porquê é que tiraram de lá os nossos sofás? Quero o dinheiro das minhas propinas...] olhares cúmplices ou de perversa intenção cruzavam-se antecedendo o que podemos denominar de le jour fatal. Amigos e amigas... façam as vossas apostas... quem come quem? Havia períodos de verdadeira euforia... Chegámos ao dia D. Depois de um jantar nas cantinas e de um copo ou dois no Oliveira (ou em outros locais de verdadeiro pasto), a malta seguia ordeiramente até ao local onde se iria "cumbiber". Um primeiro aquecimento... uma primeira bebida para ganhar coragem... um passo em frente... um olhar positivo... uma dança mais caliente e já tá... tiro certeiro!!
Houve vários "cumbíbios" famosos neste nosso curso... "Eu aqui quase por estrear" [mais um axioma nojento] que o diga... O Sing Sing era o local perfeito para tal façanha! Um famoso dia, "quatro gatinhos" [este epíteto dava para mais uma conversa], ainda por cima caloirinhos (e muito queridos pelas meninas de História d'Arte), foram quase violados por doutoras do terceiro ano algo famintas devido ao jejum verificado nas férias grandes. Um deles tentou fugir de tal "avançada" mas foi brutalmente encostado a um pilar e preso entre os braços da sua predadora... Outro foi mordido de modo tão violento nos seus lábios que ficou assim famosa a expressão que inicia esta nossa encíclica... no dia seguinte, uma dessas vítimas foi confrontado pela agressora deste sublime modo: - "Então? Namorados?". Meu deus [não invocar o Santo Nome de Deus em vão, por isso vai em letra pequena] - pensava ele - eu que tive uma esmerada educação na Suíça tou nesta cidade a perder a dignidade que me resta.
Bem, fica aqui mais um episódio de algo tão característico do nosso feudo, que, espero, brilhe intensamente para sempre nas nossas anamnesis [eu sei que tá mal escrito mas não tou com paciência]...
Vamos lá curtir a queima... Confesso que escrevi isto num só jorro [Viva o Zé Mário...FMI!] e estava de algum modo inspirado pelo deus Baco [este não se importa que o invoquemos...], por isso isto está uma porcaria, mas vais ficar assim...
Peço desculpa à organização que, em tão bons modos, dirige este simpático blog.



Duarte Freitas
11 de Maio de 2006
Post escrito para o blog histórias de História.

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