terça-feira, 16 de outubro de 2007

Confissão de um homem que tudo fez pela arte em Portugal

Por mim, = chegado ao termo da jornada, = depois de desenganos e perfidias de birbantes despresiveis, sínto que malbaratei o meu tempo, e o meu interesse, inutilmente e sem vantagem para a boa causa que julgava missionar e servir! Reconheço que desperdicei a vida a pensar em utopias e inepcias, com a leviandade de quem erra uma operação de aritmética! Anos consecutivos de cuidados e fadigas absolutamente gratuitas! Sem remuneração, abnegadamente liberto de calculos de ambições futuras, ou vislumbrados premios compensadores!... Para que tantas canceiras e contrariedades?... Se ninguem aproveitou com isso!?...


António Augusto Gonçalves (1848-1932), Enumeração das obras preparativas para a instalação do Museu Machado de Castro, Coimbra, Tip. de "O Despertar", 1929, p. 10.

Sem comentários: