domingo, 14 de outubro de 2007

Aeminium... Aeminium

Emínio
Segue o caminho do teu destino
Arranca, das raízes do teu sonho,
A flor mais nobre e mais perfeita
A rosa mais solene
Para as mãos de Tiríntio e de Pirene


Por ti chama a saudade portuguesa!

Oh Cidade Beleza!


Aeminium Libertada, Campos de Figueiredo, em pleno Estado Novo

Oh meus amigos zzz [como diria Diácono Remédios (se bem que este gostaria de certeza do poema acima transcrito)] não havia necessidade...Embora seja ridículo o que postei aqui, penso que, de algum modo, este poema espelha a virgindade comezinha e retrógrada do pensamento típico coimbrão... saudade, fado, beleza, cidade portuguesa, estudantes, capas negras, guitarradas, etc., etc., etc.

Como diria a minha avó:

- HAi povo enganado!!! (som sutaque chavelha... pois claro!!!)

A verdade:

A verdade é um erro à espera de vez (Virgílio Ferreira)

Eu sei Virgílio eu sei... Ok. A minha verdade:

Cidadezinha, corrupta, só vivem os nomes sonantes (desconfiem sempre de alguém que seja de Coimbra com mais de três sobrenomes no próprio nome completo) e os outros sobrevivem..., com muita merda... muita (perdão) e já agora, que a maré está alta (a Figueira da Foz também não escapa...)passo-vos a enumerar:

A Associação Académica [qualquer dia vou a uma Magna ler uma moção propondo a extinção definitiva desse pseudo-poleiro de piriquitos aspirantes a políticos... todos com o tesão do mijo (ups! peço perdão pela linguagem obscena)]

A Câmara Municipal e seus apêndices que mandam ou pensam que mandam (talvez neles próprios e nos seus joguinhos de intriga palaciana)

A Universidade portuguesa instalada em Coimbra no tempo de D. João III (com professores com mais de 500 anos, cheiram a mofo e a naftalina, principalmente nos seus rituais doutorais. Há, na verdade, poucos bons profesores. Eu sei... Há honrosas excepções). Vou vos contar uma história que não vem em muitos manuais... Existiu uma universidade fundada em coimbra no século XV pelo regente Infante D. Pedro e que fechou as portas depois da Batalha de Alfarrobeira. Essa sim... podemos considerá-la A Universidade de Coimbra, não a que temos agora que é a de Lisboa em Coimbra...

A Igreja (que mitra!) e os seus doutrinadores pequeninos (sem falar no SPES... esses eu não aturo... ignoro)


A única coisa que tem de bom este poemazinho foi a música que se arranjou para o cantar... É parte integrante de uma ópera muito interessante (do meu ponto de vista... claro!!!) intitulada Auto de Coimbra musicada por Manuel Faria, um erudito (e era padre) de um ecletismo formidável, digno de um Lopes Graça, possuidor de uma escrita interresante, com o recurso ao paralelismo e à dissonância, até mesmo à total e completa atonalidade. Este belo exemplar de escrita musical feito no nosso país foi encomendado ao compositor em 1963, pela Câmara Municipal de Coimbra, e ficou pronta no ano seguinte. Foram necessários quarenta anos para que as suas excelentíssimas dignidades da gestão camarária conimbrisense (ou coimbrinha?!) dessem o dinheirinho para que se pudesse representar pela primeira vez tão formosa peça, que eu tive a honra de cantar no Choral Aeminium.

Pois, eu sei, não era propriamente as canções zinhas de Rui Coelho e seus pares, tão afamados no glorioso São Carlos (não era, por ventura, o Parque Mayer?)dessa época... É mais Lopes Graça... muito mais.

O único defeito que tem são dois últimos versos transcritos em cima... um borrão ligeiro numa partitura admirável. Por esses dois versinhos escrevi esta trapalhada toda...

- A neurose faz mal às orelhas!

- Aos ouvidos de quem, c***lho?!

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