domingo, 14 de junho de 2009

Una mujer fadista


Ese momento,Mísia(Drama Box)

Lembro-me de uma prima que adorava um malfadado disco de um cantor sul americano chamado Luís Miguel. Sempre que entrava em sua casa lá estava esse senhor a cantar as suas baladas com uma estética plástica que vende e vende e mais vende. Quase vomitava com tanta mediocridade.

Pois, meus senhores, uma dessas músicas incorporadas no disco (que só não voou da janela para o mar por mero acaso), ESE MOMENTO, foi alvo de uma versão magnífica de uma senhora portuense/catalã fadista portuguesa, com certeza, de seu nome Mísia.

Esta artista, que fez quase tudo o que é de bom no fado português, tão mal vista pela fadistagem peneirenta e snobe (sim, aquela que gosta de ser incensada em museus perto do Tejo), continua esquecida no seu próprio país e amada pelo resto do mundo.

Está tudo na mesma. Se os padrinhos de determinadas áreas não gostarem de uma pessoa, essa é esquecida, deixada de lado, ostracizada, ignorada.

Mísia é demasiado boa para ficar de parte. A anarquista do fado consegue sempre surpreender com as suas arrojadas opções estético-musicais. Para mim, a maior cantora portuguesa (de fado e não só) dos últimos 20 anos.

Curioso. No ano passado foi feito o Fados de Carlos Saura. Curioso, Mísia não entrou. Curioso, a elite da fadistagem entrou (padrinho, beijo o seu anel). Curioso, Carlos Paredes não foi invocado. Curioso, os da ruptura musical não foram invocados (tirando Amália. Se isso acontecesse seria um escândalo). São tão óbvios. E eu continuo curioso com as suas explicações.

Mas não dão. Não é preciso. Depreende-se. A mediocridade é f*****.

Vamos então começar de novo. Era uma vez um país de bondade, brandos costumes, gente digna, gente honrada, etc., etc.,etc., etc.

Já estou cansado.

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