É uma ilha em forma de cão sentado com a cabeça inclinada para perscrutar o enigma da água. O cão tem as orelhas fitas porque recebe notícias de vento ao mesmo tempo que cheira e olha o mar. O cão está sentado no Atlântico. Herberto Helder, Photomaton & Vox
quinta-feira, 16 de abril de 2009
Sobre o GAC... a música portuguesa fundamental que ainda não foi editada em CD
O Grupo de Acção Cultural deambulou por praças, vales e montes do nosso país entre 74 e 78. Música etiquetada por um cheiro a proletariado seboso, dizem uns, música de cariz revolucionário, dizem outros. Boa música, digo eu. Boa música! Os arranjos são excelentes, alguns com erudição à mistura, com o dedo sempre ecléctico de José Mário Branco. Misto de cantos revolucionários e melodias genuinamente populares, partindo de recolhas já feitas por Giacometti e Lopes Graça.
Datada ou não, esta discografia é um documento histórico inigualável e, para bem de todos - os saudosistas, os curiosos, os outros(os burgueses bem entendido), os caceteiros, os proletários, historiadores e etnólogos - tem de sair do pó dos vinis, onde está guardada, e entrar na era do CD.
Era um bem que o capitalismo faria aos desesperados por passionárias laudas dos amanhãs que cantarão. Vá lá, façam um favor à malta.
Enquanto o devir não chega (se é que este chegará), o people poderá saborear tais melodias aqui , provavelmente disponibilizadas por um camarada amigo que ouviu os meus pedidos.
Sim, pessoal, eu sou proletariamente curioso.
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